ADOLESCER: palavra originária do latim e significa “crescer”; tornar-se maior. O ADOLESCENTE é uma pessoa, à ADOLESCÊNCIA é um conceito” ... “a adolescência é como um segundo parto: o filho nasce da família para entrar na sociedade”... “homicídio simbólico” dos pais isto é transformar as imagens internalizadas dos pais que vinham da infância; separação progressiva dos pais; ele começa a se desligar dos pais para construção de sua independência emocional. Para crescer é preciso mobilizar aspectos agressivos já que crescer é ocupar o lugar de alguém.
A visão do próprio adolescente sobre si não é tão negativa, rebelde e destrutiva como seria de esperar pelos mitos desta fase da vida. Os aspectos considerados importantes continuam sendo a família , a religião e a escola como lugares de formação moral e intelectual. O isolamento, muitas vezes, é utilizado pelo adolescente como momento de reflexão e elaboração da adolescência. Parece que as significações, conceitos que lhe serviram na infância não estão servindo mais. Os pais e as instituições não fazem sentido. Para onde ir é a questão principal. A impulsividade adolescente determina que agora é o momento de uma virada radical. Esquecer o que foi aprendido e sentido é a ordem. Isto se faz com boas doses de agressividade e arrogância. Os conselhos paternos são rejeitados posto que ninguém aprende pela experiência do outro.
É comum, os adolescentes andarem em bando para se defenderem do medo de enfrentar o mundo, uma defesa paranóide contra um possível ataque. Na verdade, ainda não fazem parte de um grupo, ainda são indivíduos isolados. Percebermos que com o amadurecimento e dependendo dos agrupamentos que fazem, alguns se transformam em um grupo e vão se acompanhar por um longo período da vida. Se na infância a presença dos pais é sentida como geradora de sentimentos de segurança e protecção agora esta presença produz sentimentos ambivalentes de tensão, excitação e mal-estar. O desejo de originalidade marca um distanciamento em relação ao passado e aos pais, instala-se a busca de uma identidade própria, através de novas e diferentes identificações. Necessitam de se sentir idênticos aos outros (diferentes dos adultos, mas semelhantes entre si) para aliviarem a sua angústia, para construírem um sentimento de segurança e confiança em si mesmos, para se situarem num contexto em transformação. Marcar o corpo é uma forma de apropriação e autonomia perante os pais, é uma forma de distinguir o corpo actual do corpo que receberam, o corpo infantil. É uma forma de fabricar uma identidade a partir de sentimentos de insuficiência a ser corrigida.
... direi que considero normal que um adolescente se comporte durante um longo período de maneira incoerente e imprevisível; que se oponha a seus impulsos e os aceite; que consiga evitá-los e se sinta submetido a eles; que ame seus pais e os odeie; que se rebele contra eles e que dependa deles; que se sinta envergonhado de reconhecer sua mãe frente aos demais e que, inesperadamente, deseja de todo coração falar com ela; que busque a imitação e a identificação com outros, enquanto busque sem cessar sua própria identidade; que seja idealista, amante da arte, generoso e desinteressado como nunca voltará a sê-lo, porém será também o contrário, egocêntrico, egoísta e calculador. Estas flutuações entre extremos opostos seriam altamente anormais em outra etapa da vida; (...) Na minha opinião é necessário dar-lhe tempo e meios para que elabore as suas próprias soluções. Talvez sejam seus pais que devam receber ajuda e orientação... Existem poucas situações na vida que sejam mais difíceis de enfrentar que a de um filho ou filha adolescente que luta por liberar-se...“É normal que o adolescente se comporte de maneira inconsciente e imprevisível. Lutar contra os seus impulsos e aceitá-los; amar os seus pais e odiá-los; ter vergonha de os assumir perante outros e querer conversar com eles; identificar-se e imitar os outros enquanto procura uma identidade própria. O adolescente é idealista, artístico, generoso e altruísta, como jamais o será novamente, mas também é o oposto: egoísta, calculista, egocêntrico.” ANNA FREUD, filha do famoso psicanalista Sigmund Freud.
“Na puberdade, quando o instinto sexual faz as suas primeiras exigências, o antigo objeto familiar incestuoso é retomado de novo e carregado de libido (…). A partir daí, o indivíduo humano tem de dedicar-se à tarefa de se separar dos seus pais, e, até que esta tarefa não esteja cumprida, ele não pode deixar de ser criança e não pode tornar-se membro da comunidade social. Para o rapaz a tarefa consiste em separar os seus desejos libidinais da mãe empregando-os na escolha de um objeto de amor exterior” (FREUD, 1917, citado por FLEMING, 1997, p. 44)
A cura da adolescência vem com o passar do tempo e do gradual desenrolar dos processos de amadurecimento, estes, de fato conduzem ao final, ao aparecimento da pessoa adulta. Os processos não podem ser acelerados nem atrasados, mas podem ser invadidos, destruídos e definhar internamente, no caso do distúrbio psiquiátrico". “O adolescente não quer ser compreendido. Os adultos devem guardar para si o que chegaram a compreender sobre a adolescência(...), pois é um período da vida que deve ser vivido e é essencialmente uma época de descoberta pessoal.
“... Os jovens são apaixonados, irascíveis e tendem a se deixar levar por seus impulsos, particularmente os sexuais, e neste sentido não conhecem a continência. Também são volúveis, e seus desejos inconstantes, além de transitórios e veementes. Levam tudo ao extremo, seja amor, ódio ou qualquer outra coisa. Acham que sabem de tudo...” Aristóteles, 384-322 a.C.
“Não vejo esperança para o futuro do nosso povo se ele depender da frívola mocidade de hoje, pois todos os jovens são, por certo, indizivelmente frívolos... Quando eu era menino, ensinavam-nos a ser discretos e a respeitar os mais velhos, mas os moços de hoje são excessivamente sabidos e não toleram restrições”. (Hesíodo, séc. VIII a. de C.).
“A juventude de hoje ama a luxúria, comporta-se mal e despreza a autoridade, mal respeita os idosos e ama de uma maneira superficial em vez de trabalhar” Sócrates 450 a.c.
"Resultado de pesquisa em busca da essência da adolescência por DOURISVAL DE FREITAS CINTRA"
"Resultado de pesquisa em busca da essência da adolescência por DOURISVAL DE FREITAS CINTRA"

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